Party: Steffi x Massimiliano Pagliara x Dexter

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Steffi x Massimiliano Pagliara x Dexter

Club: Lux Frágil

Upcoming: 7
Date: 29.07.2017 23:45
Address: Avenida Infante Dom Henrique, Lisboa, Portugal | show on the map »

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Party: Steffi x Massimiliano Pagliara x Dexter

Segunda das três noites que Steffi preparou para nós este ano.
Massimiliano Pagliara é o convidado.

Steffi
Atendendo ao chamamento primal do ritmo teutónico, o seu coração tocado pela melodia detroitiana, atreveu-se a sair flutuando, do canto escuro onde se resguardava, para se aventurar na massa humana pulsante que enchia a pista. Atordoado como se submetido a um soco no estômago, profundamente, completamente, apaixonou-se pelo efeito que ela produzia nele. De olhos fechados, mas presos ao clarão sugerido dos strobes, braços ao alto tentando tocar o céu, os pés movendo-se num loop como a música que escutava, deixou-se perder. Daquela maneira que só nos conseguimos perder no escuro, no meio de estranhos, naquele clube, com ela.

Pois. Quando falamos da Steffi, das memórias que ela nos traz, da música que nos expõe com tanta franqueza e sinceridade, é preciso admitir que a objectividade fica fora da escrita e aquilo de que apetece falar é: o que nos diz o coração quando a escutamos? E são este tipo de sensações e pensamentos que nos atravessam, graças ao tão raro equilíbrio de dureza e graça a que nos habituámos nos seus sets e nas suas produções. No que às últimas diz respeito, descobrimo-la mais recentemente com Martyn no duo Doms & Deykers (ela é a “Doms”) no álbum ‘Evidence From a Good Source’ e no EP ‘Dedicated To Those Who Feel’ (como não adorar este título?), montras de encher o olho e o ouvido de sensibilidades detroitianas e ritmos pumping, ora a direito, ora quebrados, representando alguns dos trabalhos mais lúdicos da sua carreira.

Quanto aos DJ sets, podemos arriscar dizer que nos devemos preparar para sermos arrebatados muito mais vezes e em menos tempo. Parece que Portugal produziu na Srª Steffi Doms um efeito similar ao que os seus sets tiveram em nós, e ela é já uma residente… do país e do Lux. A residência começou com o Dexter, e segue agora com o Massimiliano Pagliara. Certamente que o próximo regresso dele a casa, com o sol sobre o rio e um sorriso na cara, será feito já sonhando com o repetir de tudo o que sentiu, como se fosse a primeira vez.
- Nuno Mendonça


Massimiliano Pagliara
Em 2002, no seu incontornável mix-CD "Radio Caroline", Miss Kittin confessava que não confia em DJs que não sabem dançar. Pois no caso de Massimiliano Pagliara, esta íntima relação entre o DJing e a dança não podia ser mais concreta e real. Massi nasceu no Sul da Itália, mudando-se para Milão em 1997 para estudar teatro, dança e coreografia. Seguiu depois para Berlim para aprofundar os seus estudos em dança contemporânea, formalizando um percurso de fascínio pelo movimento do corpo que não é apenas esporádico e lúdico mas que é também académico. Nesta jornada desenvolve um igual fascínio pela outra variável desta equação: a música de dança.

É enquanto clubber, na riquíssima cena musical de Berlim, a dançar nas pistas de clubes como o Ostgut (precursor do Berghain), que Massimiliano mergulha fundo no mundo da música electrónica, algo que o leva a comprar o seu primeiro sintetizador Roland SH-101 - um clássico. Depois disso não mais olhou para trás; lança o seu primeiro disco na incrível Balihu, de Daniel Wang, seguindo-se as edições em selos como Live At Robert Johnson, Rush Hour ou Meakusma. Coincidência ou não, a sua música incorpora elementos da música de dança mais icónica do seu país natal: o italo-disco. Outra coordenada importante para entender a sua música é a house de Chicago do final dos 1980s, com o seu funk maquinal e síncope tribal criados em máquinas de ritmos e sintetizadores tão primitivas como icónicas.

Esse fascínio pela música para dançar dos anos 80 estende-se também à tecnologia musical dessa era, e a sua devoção aos métodos de produção originais do italo-disco e da primeira house music é algo que o distingue de muitos dos seus pares. Longe de se ficar apenas pelo decifrar dos códigos originais, Massimiliano dá tudo na sua música, conferindo-lhe alma e animando-a dessa intíma relação que tem com o corpo e a pista, aventurando-se sem medo por BPMs mais arrastados, sedutores e intimistas. Esse romance do movimento torna-o num artista de álbums (coisa rara no universo da música de dança) e de sessões audaciosas enquanto DJ, com um forte sentido de narrativa e um vasto conhecimento do passado e do presente. É para DJs como Massi que a máquina de sonhos de Sta. Apolónia foi desenhada. A não perder.
- Inês Coutinho


\\ ENGLISH //


STEFFI
Hearing the call of the primal teutonic rhythm, his heart strings touched by the detroitian melody, he dared to float out from the dark corner where he shielded himself, to venture into the pulsating human mass on the dancefloor. Dazed as if he’d just taken a punch to the gut, he deeply and completely fell in love with what she did to him. Eyes closed but locked to the suggested flash of the strobes, arms held high as if trying to touch the sky, his feet shuffling in a loop, like the music, he lost himself. In the way you can in the dark, amongst strangers, in that club, with only her.

Right. When we talk about Steffi. Of the memories she brings us, of the music she plays with so much directness and sincerity, we have to admit that objectivity doesn’t appear in writing and all we want to talk about is what our heart says when he listen to her. And itś this sort of feelings and thoughts that cross our mind, because of that rare balance between toughness and grace that we have come to expect from her sets and productions. Regarding the latter, we’ve most recently heard them with Martyn in the Doms & Deykers duo (she’s the “Doms”), with the ‘Evidence From a Good Source’ album and the ‘Dedicated To Those Who Feel’ EP (how can you not love that title?), eye-catching, ear-catching displays of detroitian sensibilities and pumping rhythms, sometimes straight, other times broken, that represent some of the most playful works of her career.

As for DJ sets, we dare say that we should get ready to have our hearts stolen many more times and in a shorter period. Seems like Portugal did to Ms. Steffi Doms something similar to what her sets do to us, and she will soon be a resident… both of the country and at Lux. That residency started with Dexter, and now is Massimiliano Pagliara's turn. For this, we guarantee that the next return home, sun shining over the river and a smile on his face, will surely be made dreaming about feeling it all over again, as if it was the first time.
- Nuno Mendonça


MASSIMILIANO PAGLIARA
In 2002, on her game-changing mix-CD "Radio Caroline", Miss Kittin confessed that she didn't trust DJs that can't dance. In Massimiliano Pagliara's case, this intimate exchange between DJing and dance couldn't more actual and evident. Massi was born in the South of Italy, moving to Milan in 1997 to study theatre, dance and choreography. He then moved to Berlin to further his studies in contemporary dance, threading a path of fascination for the movement of the body that's not just sporadic and playful but also academic. During this journey he develops an equally intense fascination for the other variable in this equation: dance music.

It's as a clubber, exploring the vastly rich musical scene of Berlin and getting down on dancefloors such as Ostgut (later to become Berghain), that Massimiliano plunges deep into the world of electronic music, which eventually leads to the purchase of his first classic synth - a Roland SH-101. From then on, Massi didn't look back; he released his first record on Daniel Wang's incredible Balihu label and follows it with releases on other key imprints such as Live At Robert Johnson, Rush Hour or Meakusma. Coincidence or not, his music arks back to the most iconic dance music style from his home country: italo-disco. Another crucial coordenate to understand his music is the late 80s house sound from Chicago, with its machine-like funk e tribal syncopation, created in drum machines and synths that are as primitive as they are iconic.

Massimiliano Pagliara's fascination for dance music from the 80s also extends to the music-technology of the era, and his devotion to the original production methods of italo-disco and early house does set him apart from a lot of his peers. But far from just sticking to the original codes, Massi gives it all that he's got in his music, breathing soul into and adding that same quality that comes from an intimate understanding of the body and the dancefloor. This allows him to venture fearlessly through sleazier, more seductive BPMs. This same romance of the movement makes him thrive in the album format (something rare in dance music) as well as in adventurous DJ sessions with strong sense of narrative and a vast knowledge of the past and present. It was for DJs like Massi that the dream-machine of Sta. Apolónia was created. Not to be missed.
- Inês Coutinho